31 maio 2013

Mais fácil comê-la que escrevê-la

Sobre Setúbal não posso falar porque não fui lá. Fiquei-me por Almada. Choco frito e carrapau, nem vê-lo! E do distrito de Lisboa não reza a história, pelo menos neste périplo gastronómico que fiz pelo país em trabalho. Assim sendo, fico-me por aqui. Volto à escrita de viagens. Que parecendo que não, é mais fácil que a escrita gastronómica. É que isto da comidinha, é mais fácil comê-la que escrevê-la...

29 maio 2013

Farinheiras para dar e vender

Guarda é tipo Bragança. Que me perdoem os puristas e/ou os naturais de ambas as cidades. Mas faz muito frio e come-se muito bem. Já não me lembro do nome do restaurante, mas sei que era ali ao pé da praça da Sé Catedral. E sei que comi como há muito tempo não comia! Carne de porco com grelos. Mas o que me encheu as medidas foi mesmo o queijo e a morcela. Aliás, ao fazer uma pesquisa na internet o que me chama a atenção não são os nomes desconhecidos (embora não fizesse ideia que uma badana pudesse ser mais do que aquela coisa dos livros...), mas sim coisas como farinheira com míscaros, farinheira com ovo, e migas de farinheira. É que de tudo o que é enchidos, se me derem a escolher, mesmo com alheira e morcela por perto, eu escolho farinheira. Moral da história, tenho que voltar rapidamente à Guarda. Aproveitando que é quase verão e faz menos frio...



22 maio 2013

Queijo de Nisa e perninhas de rã

Portalegre é Alentejo, certo? Certo! Migas com carne de porco, como se pode ver na fotografia abaixo. Boas, como só as migas alentejanas conseguem ser. Sim, não me venham com histórias, que as migas do resto do país não são migas... Mas voltando a Portalegre, não vou falar dos restantes pratos típicos que por lá se comem. Nem dos doces conventuais, que são mais que muitos. Muito menos de um dos meus queijos favoritos, que é o queijo de Nisa. Nada disso. Vou falar de outra coisa que por lá comi e que de típica não tem nada, pelo menos daquela região. Perninhas de rã! Confesso que quando me lembro do aspecto, não compensado pelo sabor, ainda me arrepio. Quer dizer, estou a exagerar. Não sou moça de me impressionar com estas coisas, já vivi na China! Mas é iguaria que não faço tenção de repetir. É que ainda por cima, um dos comensais fazia-as saltar...



20 maio 2013

A relação qualidade/cheiro do queijo

Sobre Castelo Branco não posso escrever porque não fui lá. Quer dizer, já lá fui, várias vezes. Mas não nestas viagens gastronómicas, perdão, em trabalho. Por isso, como a pesquisa na internet me bombardeia com nomes desconhecidos, quer de pratos típicos  quer de doces, vou limitar-me àquilo de que tenho memória. E que é, como não podia deixar de ser, o queijo. Picante ou não, o queijo de Castelo Branco é dos melhores queijos do país! E é também dos que mais mal cheira... Há quem diga que quanto pior cheira um queijo, melhor é. Não sei se esta relação está provada cientificamente, mas no caso do queijo de Castelo Branco está "provada" por mim e confirma-se...

16 maio 2013

Alentejo, o Alto

Recomendaram-mo como Moinho do Cú Torto, mas acho que se chama só Moinho (vá-se lá saber porque é que lhe acrescentaram o resto...). Restaurante na zona industrial de Évora, longe dos restaurantes caros do centro da cidade. Como o Fialho, onde a última vez que estive fui convidada a ficar uma semana na cozinha para aprender umas coisas. Benesses de filha de um colega de escola dos irmãos Fialho e que fiz mal em não aproveitar...
Mas voltando ao Moinho, comi lá uma tomatada de ovos de codorniz de ir às lágrimas! Há poucas coisas tão boas como ovos de codorniz. Fazem parte da minha infância. Se bem me lembro, os dias em que a minha tia-madrinha aparecia com ovinhos de codorniz eram dias de festa! Como fazem parte da minha infância muitas outras iguarias alentejanas. Parece que a sopa de cação da minha avó era única. É nestas alturas que tenho pena de só ter desenvolvido a costela de bom garfo em adulta. Dos cozinhados da minha avó só me lembro, com muita saudade, do arroz de manteiga com atum. Não façam essas caras, as crianças têm destas coisas...



14 maio 2013

Alentejo, o Baixo

Se a imparcialidade foi o que foi no caso da Beira Alta, que dizer do Alentejo? É que a minha outra costela é de lá! Do Alto Alentejo, segundo os preciosistas (também conhecidos como baixo-alentejanos...). Cá para mim, só há um Alentejo! Aquele onde se come do melhor que há em Portugal. Com um bom vinho a acompanhar. E uma paisagem incomparável para olhar...
Podia referir o restaurante a que fui em Beja, mas prefiro fazer referência ao Lebrinha em Serpa, onde se bebe a melhor imperial do país e se come um queijo atabafado e uns ovos mexidos com espargos de chorar por mais. Também podia referir a gastronomia típica de Beja, nomeadamente as sopas, como a açorda à alentejana (a "verdadêra"!), a sopa de beldroegas, ou o gaspacho à alentejana. Mas prefiro fazer referência a uma das poucas sobremesas que me tira do sério, a sericaia, com ou sem "amêxa". Isto para não referir a cabeça de borrego que uma vez comi numa aldeia perdida na imensidão que é o Alentejo...



12 maio 2013

Tromba Rija e Casinha Velha

Dizer que fui a Leiria e não fui ao Tromba Rija é assim como que uma espécie de sacrilégio. Não se diz, ponto. Por isso mais vale dizer que fui lá noutra viagem. Um almoço inesquecível! Acho que nunca tinha visto tanta coisa boa (e que faz tanto mal...) junta! Como inesquecível foi o almoço na Casinha Velha ainda noutra viagem, ali logo em frente ao Tromba Rija e, ao contrário deste, com mesas sem reserva. Mas igualmente bom. Aliás, igualmente com muita coisa boa que faz muito mal! Perdoem-me a insistência, mas é que só deve haver uma coisa que me faz mal, que é exactamente a morcela, seja ou não de arroz. Mas e eu lá sou capaz de não a comer???

11 maio 2013

O festival gastronómico mais antigo do país

Longe vão os tempos em que trabalhei temporariamente em Constância e tinha quem me oferecesse tijeladas com fartura. Longe vai também a última vez que fui a Almeirim comer a famosa sopa da pedra. O Ribatejo é zona onde se come bem, sem dúvida. Santarém imagino que também. Mas fico-me pela imaginação. Especialidades gastronómicas, nem vê-las! Quanto mais comê-las!!! Mas parece que tem o festival gastronómico mais antigo do país. Pelo que fico à espera do Outono para colmatar esta grave falha...

08 maio 2013

Ovos, ovos e mais ovos

Sou mais de salgados do que de doces. O queijo, por exemplo, seja ele qual for, tira-me do sério. Já os doces, contam-se pelos dedos de uma mão os que conseguem a mesma proeza. Mas entre estes estão os famosos ovos moles de Aveiro. Levei tempo a ganhar coragem para os provar, mas quando os provei... Fiquei fã! Curiosamente, tudo o que é doce em Aveiro parece ter a palavra ovo: castanhas de ovos, fios de ovos, lampreia de ovos, trouxas de ovos, para além dos próprios, moles. E o pão-de-ló de Ovar não precisa de ter ovo no nome para se perceber que tem ovos com fartura! Enfim, uma fixação nos derivados desse simpático bicho que é a galinha em terras mais dadas ao peixe, nomeadamente ao da Ria. Mas tenho que confessar que a enguia a mim, é como a lampreia, não me diz nada...



03 maio 2013

Má comida e mau serviço?

Com Faro não embirro. Mas só comi fast-food, da qual felizmente não reza a história. Isto no tal périplo pelo país, porque recentemente voltei lá em trabalho e comi o que abaixo se pode ver, um arroz de lingueirão digno de registo! Longe vão os tempos em que o Algarve era sinónimo de má comida e mau serviço... Peixe e marisco estão na base das especialidades da região. Tal como a amêndoa e o figo no caso das sobremesas. Já para não falar da alfarroba, a minha favorita, porque ligeiramente menos doce para o meu paladar mais dado a salgados. Enfim, momentos publicitários à parte, já sabem, se passarem pela Ilha de Faro, parem no Zé Maria. Peçam um arroz de lingueirão e olhem para o mar. Aproveitem e molhem os pés. Vão ver que se sentem outros...