29 abril 2013

Coimbra tem mais encanto...

Lá diz o fado, Coimbra tem mais encanto na hora da despedida. Que me perdoem os naturais e os adeptos da cidade, mas Coimbra a mim não me diz nada. Acho-a uma cidade pequena, parada no tempo. E quando digo pequena, não estou a falar de tamanho... Mas enfim, a nível gastronómico não ficará aquém de outras capitais de distrito. Quanto mais não seja pela proximidade ao leitão! E ao vinho espumante!!! Já para não falar da chanfana! E do vinho da Bairrada!!! E por aqui me fico. É que em Coimbra limitei-me a trabalhar. E comer que é bom, nada! Assim sendo, como não preferir a cidade na hora da despedida?

26 abril 2013

Os melhores pastéis de feijão do mundo!

Descendo do norte para o centro, Viseu. Ou melhor, Mangualde. Para quem não sabe, a cidade onde se encontram os melhores pastéis de feijão do mundo! Não, não estou a exagerar. E não, não imaginem nada parecido com os pastéis de feijão de Torres Vedras. Imaginem antes os pastéis de Belém em versão feijão. Na dúvida, é ver a fotografia abaixo. Não se encontram em mais lado nenhum. Porquê? Porque são uma receita secreta das freiras do Patronato de Mangualde!
Mas se os pastéis de feijão são a primeira coisa de que me lembro quando falo desta região, que dizer de coisas como o queijo da Serra ou o leite creme? Em relação ao primeiro, ainda estou para encontrar queijos da Serra tão bons como o meu bisavô arranjava. E relativamente ao segundo, não há receita que se compare com a da minha avó. Ok, ter raízes na região não ajuda à imparcialidade... Mas o facto é que, para além de terra de gente boa, é mesmo terra de coisas boas! Assim sem mais nada, sem pesquisa na net e coiso e tal, lembro-me logo do rancho à moda de Viseu. Carnes e grão com fartura, num dos pratos mais ricos do país! Aliás, conheço quem o fizesse muito bem. Alguém que partiu hoje e que deixa muita saudade. Sei que ela ia gostar de ler este post. Por isso, a ela o dedico...



23 abril 2013

Alheiras e postas

E que dizer de Bragança? Que o facto de estar tão longe de tudo, lá para trás do sol posto, fez dela uma das capitais de distrito onde se come melhor em Portugal? E que o frio que por lá faz deve ter ajudado? É que coisas como a alheira e a posta mirandesa são só algumas entre muitas! Butelos e casulas são nomes que não me dizem absolutamente nada, para grande infelicidade minha! E sobre uma lista infindável de nomes que até me dizem alguma coisa nem vou falar! Fico-me pelas alheiras e pela posta mirandesa. As primeiras porque me fizeram viajar ao seu cheiro característico, depois de uma visita ao mercado municipal para abastecimento (e algumas ainda duram, no congelador, à espera de uma ocasião especial...). E a segunda porque fez babar muito boa gente no facebook, dado o aspecto da carne que se pode ver abaixo. Palavra que, acompanhada de um vinho tinto carrascão, em noite de temperaturas negativas, foi das melhores refeições da minha vida...



18 abril 2013

Terra de bacalhoeiros

De Viana do Castelo também não guardei registo do que comi (tirando um doce muito doce que comi em Vila Nova de Cerveira e do qual não me lembro do nome). Mas subi a Santa Luzia e admirei a vista sobre os famosos estaleiros. De onde imagino que noutros tempos saíam os bacalhoeiros para a Terra Nova e a Gronelândia, para voltarem seis meses depois carregados daquilo que ainda hoje é a base de muitos pratos típicos da região: bacalhau, cozido ou assado, à moda de Viana, em todo o seu esplendor. Típica é também uma coisa que ou se ama ou se odeia (enfim, acho que são mais os que odeiam do que os que amam, mas gostos não se discutem!), a famosa lampreia. Conheço quem, quando abre a época da lampreia, se meta no comboio de manhã bem cedo para voltar só à noite bem tarde. Eu confesso que nunca comi. Nem tenho vontade. Não me perguntem porquê...

15 abril 2013

Delfins e Abades

Este restaurante não tenho problemas nenhuns em publicitar à borla! Chama-se Delfim, fica algures em Braga (só não me perguntem onde!) e a fotografia abaixo é o melhor cartão de visita. Petinga frita com arroz de feijão, à discrição. E vinho verde fresquinho, também à discrição. O preço? 5 euros. Não, não estou a gozar... E não foi só o preço e o vinho verde que fizeram com que alguém que não gosta particularmente de sardinhas repetisse a dose. É que eram mesmo boas! De tal forma que me fizeram esquecer todo o tipo de carnes e enchidos que por aquelas terras também se comem.
Já para não falar do famoso pudim Abade de Priscos, receita original de uma figura sui generis, uma das poucas que se lhe conhece. Isto porque, sendo o Padre Manuel Rebelo, Abade na freguesia de Priscos, um mestre na arte da culinária, não deixou registos das suas receitas. Consta que, em resposta a um pedido de colectânea das suas receitas, terá dito qualquer coisa do género: "Da melhor vontade, creia, acederia aos seus desejos, mas obsta um impossível. É o impossível de lhe dar com as receitas os dedos das minhas mãos e o meu paladar. A culinária é uma arte muito bela, mas depende inteiramente do artista que a pratica." (Fonte: abadepriscos.no.sapo.pt/PT/acerca_abade_pt.htm). Pena este senhor ter morrido no século passado aos 96 anos. Estava capaz de voltar a Braga só para o conhecer...



12 abril 2013

Pitos e ganchas

Em Vila Real não registei o que comi, apenas a luz da manhã numas lindíssimas cores de Outono. O que não quer dizer que não seja zona de boa comida, antes pelo contrário! Se passarmos à frente as carnes, da vitela ao cabrito, passando pelos enchidos, vamos dar aos doces conventuais. Aparentemente, o Convento de Santa Clara, construído no século XVII (e segundo reza a lenda, habitado pelo diabo algures no século XVIII...), foi profícuo na criação de doces: cristas de galo, nome popular dado aos pastéis de toucinho do céu; pitos de Santa Luzia, feitos de doce de abóbora; ganchas de São Brás, rebuçados em forma de bengala; e por aí fora. Os pitos e as ganchas ainda hoje são feitos como manda a tradição, por alturas das festas dos respectivos santos. E simbolicamente oferecidos: em Dezembro as raparigas oferecem os pitos ao rapazes e em Fevereiro os rapazes "gancham" as raparigas. Sugestivo...

08 abril 2013

Les petites françaises

O pontapé de saída foi nessa grande cidade que é o Porto. Não, não estou a ser irónica. O Porto é uma cidade que me agrada. Melhor dizendo, que me plaît. E não, não é pelas francesinhas. Por incrível que pareça, essas só as descobri agora, nesta viagem gastronómica.
Esteja a origem nos soldados de Napoleão das idas invasões francesas ou no regressado emigrante em França de meados do século XX, o facto é que a receita de pão com vários tipos de carnes, coberto de queijo e molho, resulta! Isto para não falar das variações, que as há, e muitas!! E para não falar também dos inúmeros restaurantes que supostamente servem a melhor francesinha da cidade!!! Como não me pagam para fazer publicidade (ainda!), vou referir apenas um: Cufra. Passei a vergonha de deixar uma parte no prato, mas encheu-me as medidas! Ora espreitem abaixo. Até camarão tinha...



03 abril 2013

Viagem gastronómica por Portugal


A empresa onde trabalho não me faz viajar pelo mundo, mas há pouco tempo fez-me viajar por Portugal Continental. 18 distritos num curto espaço de tempo (ir num dia e vir no outro) não podiam senão resultar numa coisa: o que é que nunca podemos deixar de fazer, mesmo que não haja tempo para mais nada? Comer, pois então! E se há país onde se come bem, esse país é Portugal! Entre muitos outros, mas isso agora não vem ao caso...
Não quero de todo armar-me em Ljubomir Stanisic a papar quilómetros (www.restaurante100maneiras.com/?q=N/-/25). Mas já que não posso comer o mundo, qual Kiko Martins (eatheworld.com/pt)...