18 fevereiro 2015

Zurkhaneh

Lembram-se do post sobre o wrestling como desporto nacional no Irão? Que se pratica numa espécie de ginásio de nome zurkhaneh, cuja tradução literal é "casa de força"? Pois no zurkhaneh também se pratica outro desporto, aliás, espectáculo. Para turista ver e não só (tem raízes ancestrais e é praticado regularmente). Este espectáculo consiste numa demonstração de força por parte de vários homens em conjunto. Não uns contra os outros, mas sim para o público à volta do ringue. Ao som de versos de poemas iranianos, cantados e acompanhados por um tambor, vários homens (de todas as idades!) demonstram a sua força rodando pesadas maças e correntes. O ponto alto é quando rodam sobre si próprios, ao estilo Sufi (difícil de apanhar em fotografia...). Não é das coisas mais espectaculares a que já assisti, mas é um espectáculo engraçado. Nomeadamente quando entre os viris homens se encontra um pestanudo Ronaldo! Lá diz o ditado, de pequenino se torce o pepino...



 










13 fevereiro 2015

Arredores de Yazd

Muito próximo de Yazd, a cerca de 35 quilómetros de distância, na vila de Fahraj, encontra-se aquela que é provavelmente a mesquita mais antiga do Irão. Também de nome Jameh, esta mesquita tem uma particularidade (para além da particularidade de não ter a opulência de outras mesquitas, como se pode ver nas fotografias...). Um minarete que servia como farol para as caravanas que passavam por aquela zona de deserto. Sim, que isto de a malta se orientar pela Estrela Polar já era!





10 fevereiro 2015

Portas de Yazd

As portas de Yazd, como aliás as portas de outras cidades no Irão, têm uma particularidade. Têm dois batentes, um comprido e estreito, outro redondo e largo. O primeiro para homens, o segundo para mulheres. Porquê? Porque cada um faz um som diferente. E, assim, homens e mulheres dentro de casa sabem quem está a bater à porta, se um homem, se uma mulher. Porquê novamente? Porque no Irão não é suposto as mulheres abrirem a porta a homens. Ou não era... Apesar dos direitos das mulheres no Irão deixarem muito a desejar, esta prática caiu em desuso. Como aliás se pode ver por portas mais recentes...













05 fevereiro 2015

Torres do Silêncio

Continuando no Zoroastrismo, posso dizer-vos que uma das coisas que mais me marcou na viagem ao Irão foi a visita às Torres do Silêncio, os monumentos funerários Zoroastras. Pela paisagem, mas sobretudo pelo simbolismo. Os Zoroastras acreditam na pureza dos elementos. Acreditam também que o espírito deixa o corpo no momento da morte, o que transforma o cadáver em algo impuro. Desta forma, enterrar ou cremar os cadáveres significa contaminar a terra ou o fogo e o ar. Daí que os cerimoniais fúnebres Zoroastras consistissem em colocar os cadáveres no topo de Torres do Silêncio para serem devorados por aves de rapina. Impressionados? É um cerimonial fúnebre como outro qualquer! E hoje em dia já não é praticado. Actualmente, os Zoroastras têm cemitérios, nos quais os cadáveres são enterrados em cimento, para evitar a contaminação da terra. Imagino que mais "higiénicos", mas bem menos impressionantes (no bom sentido!) que as Torres do Silêncio...













02 fevereiro 2015

Zoroastrismo

Já aqui escrevi sobre a comunidade Zoroastra iraniana, que tem uma das suas expressões mais significativas em Yazd. Dos cerca de 150.000 Zoroastras que existem no mundo, 20.000 estão no Irão. Não chegam a 1% da população iraniana, o que parece pouco quando se sabe que o Zoroastrismo era a principal religião na antiga Pérsia, antes da conquista Árabe. E que o profeta Zaratustra nasceu ou viveu (não se sabe muito bem) algures naquela que é hoje a região oriental do Irão.
Sem pretensões a aprofundar muito o assunto, posso dizer-vos que o Zoroastrismo é uma religião monoteísta. A sua entidade divina, Ahura Mazda, não é simbolizada de nenhuma forma. Mas é representada pela luz do fogo, razão pela qual os locais de culto Zoroastra são os chamados Templos de Fogo, onde uma chama é mantida eternamente acesa.
A maior parte destes templos apresenta em alto-relevo a figura do espírito-guardião (Fravashi), naquele que é um dos símbolos mais conhecidos do Zoroastrismo. O significado? Mais que muito! Experiência e sabedoria na cabeça; adoração a Deus na mão direita; anel de união na mão esquerda; eternidade no anel central; pureza de pensamentos, palavras e acções nas asas; maus pensamentos, palavras e acções na cauda; e o bem e o mal nos cordões laterais. Ufff...