27 novembro 2014

Curiosidades persas IV

Os níveis de educação no Irão são elevados, nomeadamente os das mulheres (dois terços dos estudantes universitários são mulheres!). Aliás, os níveis de educação feminina aumentaram depois da revolução de 1979. Curioso, não? É que com a revolução islâmica veio a obrigatoriedade do uso do véu, o que levou muitas famílias tradicionais que antes não deixavam as filhas sair à rua sem véu, a mandá-las finalmente para a escola. Pois... É que o Xá na sua tentativa de "ocidentalização" (que significou para as mulheres o direito de voto, o direito ao divórcio e o aumento da idade mínima do casamento para 18 anos), cometeu um erro que o fez ir contra os valores de parte da população: a proibição do uso do véu. O mesmo erro que é agora cometido pelos actuais governantes, mas ao contrário: parte da população não se identifica com os valores religiosos que estão por detrás do uso do véu. E embora as mulheres conduzam, trabalhem, continuem a poder votar e até tenham assento no parlamento, o facto é que os direitos das mulheres no Irão deixam muito a desejar. A idade mínima do casamento está agora nos 13 anos (passou para 9 anos logo a seguir à revolução!) e a segregação entre homens e mulheres é um dado adquirido. Daí que seja normal a imagem abaixo, grupos de estudantes em visitas de estudo a monumentos de interesse. Mas se perdi a conta aos grupos de rapazes, lembro-me bem do único grupo de raparigas, de tão sorridentes que estavam. E ao qual me envergonhei de tirar uma fotografia...



26 novembro 2014

A Cidadela de Rayen

A Cidadela de Raien é uma construção milenar a 11 quilómetros de Kerman. Com cerca de 20.000 m2 e em forma de castelo, é feita de adobe, a argamassa de barro e palha que antecedeu o actual tijolo. Ainda não se sabe muito sobre esta cidadela, abandonada durante 150 anos e recuperada apenas a partir de 1996. Até porque só depois do terramoto que destruiu e matou milhares de pessoas na vizinha Cidadela de Bam, é que Raien ganhou interesse turístico. Mas as imagens abaixo falam por si...

















25 novembro 2014

Curiosidades persas III

O parque automóvel no Irão é muito curioso. Não é vintage, como o de Cuba. Mas também reflecte as sanções de que o Irão tem sido alvo por parte da comunidade internacional, nomeadamente a União Europeia e os EUA. É raro ver modelos recentes ou carros com um ar novo. E quase todos os carros que se vêem são de marca francesa. Ao que parece, antes das sanções da União Europeia, os iranianos eram os segundos maiores consumidores da PSA Peugeot-Citroen (a seguir aos próprios franceses?). Mas entre Peugeots e Citroens, ganha a Renault, porque o favorito parece ser o intemporal R5! Nem sempre em bom estado, como se pode ver abaixo...



23 novembro 2014

Kerman não é só compras!

É também os detalhes que se encontram no bazar, para além do que está à venda. E os banhos, como o Hammam-e Ganj Ali Khan, reabilitado e transformado em museu. Que para além de umas divertidas (e por vezes assustadoras!) figuras de cera a recriar o ambiente de outros tempos, tem o já famoso trabalho em azulejo, com fartura. E ainda umas pedras, chamadas "pedras do tempo", translúcidas para permitirem aos "banhistas" perceberem a hora do dia pela luz que por elas passava. Já nos arredores, é também os jardins, como o Bagh-e Shahzde, um oásis no meio do deserto, onde se almoça no meio de gatos (e onde, claro, também se vende, fruta!). E os mausoléus, como o Aramgah-e Shah Ne'matollah Vali, de um Sufi que viveu no século XV e morreu com mais de 100 anos. Que para além das cúpulas estreladas, tem umas inscrições em espiral dignas de registo. Kerman é ainda os campos de pistachios em paisagens montanhosas...


















22 novembro 2014

Vamos às compras em Kerman?

Kerman, o segundo ponto do meu percurso, é a principal cidade do sudeste do Irão e é já uma fronteira cultural entre persas e baluchis, etnia minoritária próxima da cultura paquistanesa. É também uma cidade mercantil por excelência, na qual a principal atracção é o bazar (um dos bazares mais antigos do Irão!). Estende-se por 1200 metros e garanto-vos que são 1200 metros de puro gozo para quem goste de compras. Ou de fotografia! De tal forma que tive muita dificuldade em escolher entre as dezenas de fotografias de trabalhos em cobre, especiarias e frutos secos, demais géneros alimentícios e restantes bugigangas...



















E a cereja em cima do bolo!