29 junho 2008

Peste

Na outra margem, Peste. Onde tudo acontece. Onde estão os monumentos mais recentes, as grandes praças e as avenidas largas, o trânsito, as lojas, as pessoas, os cães (Budapeste é uma cidade de cães, ao contrário de tantas outras cidades de gatos, como Istambul ou Roma). A não perder: o Parlamento Húngaro, onde não se consegue entrar, tais as filas à porta (e Junho não é época alta!); a Basílica de Santo Estevão, onde se pode ver a mão mumificada do dito (nada comparado com a nossa Capela dos Ossos!); a Grande Sinagoga, a maior da Europa; e o Bairro Judaico, bastante degradado. A propósito de judeus, os húngaros colaboraram com os nazis, tendo denunciado e enviado para campos de concentração um número considerável de judeus no espaço de duas semanas. Ao que parece, e ao contrário dos alemães, ainda não se reconciliaram com esse período negro da sua história...
Mas voltando a Peste, a não perder também a Váci Utca, a Rua Augusta budapestina. E, sobretudo, a não perder o Mercado Central onde ela desemboca. Linhos e casacos de lã, paprika (muita paprika, doce, picante, para todos os gostos!) e tokaji (lê-se tókai), um vinho tipicamente húngaro, licoroso, feito através da adição de uvas podres (soa mal, mas sabe bem!). E jogos, muitos jogos. Sabiam que o Rubik era húngaro? Rubik??? Vá lá, a sério que não vos diz nada? Então, geração de 70? O Rubik foi o criador do cubo mágico!!! Escusado será dizer que comprei um. Onde raio terá ido parar o meu? Só encontro os estrumpfes...
Curiosidade: Budapeste foi a primeira cidade da Europa Continental (ou seja, a primeira depois de Londres) a ter metro. E algumas estações, as primeiras, ainda hoje se mantêm como há cerca de 100 anos atrás, verdadeiramente liliputianas!


Vista sobre Peste

Pormenor do Bairro Judaico

Tocador de "copos" na Váci Utca

Casacos de lã à venda

24 junho 2008

Buda

Budapeste é Buda numa margem e Peste na outra. Do Danúbio, claro. Buda é a cidade velha, onde tudo começou. Foi em Buda que no século I a.C. se instalaram os romanos, na região a que chamaram Panónia, mais tarde conquistada pelos bárbaros vindos da outra margem. E foi a Buda que no século IX d.C. chegaram as 7 tribos magiares vindas de algures na Ásia, talvez dos Montes Urais, as tribos nómadas que se diz estarem na origem do orgulhoso povo magiar.
Assim sendo, é em Buda que está a cidade medieval, com o Bairro do Castelo, Património Mundial da UNESCO. Mais imperial do que seria de esperar (foi destruída pelos turcos e reconstruída pelos habsburgos), Buda não deixa de ser um encanto. O Palácio Real alberga a Galeria Nacional Húngara e o Museu da História de Budapeste. Não fui ver a primeira, com pena minha, e o segundo não me entusiasmou por aí além, mas vale pelas fotografias de Budapeste no pós 2ª Guerra Mundial. Os alemães bombardearam forte e feio antes de sair… A Igreja de Matias, com uns telhados fora do vulgar que apanhei em obras, e o Bastião dos Pescadores, com uma vista espectacular sobre Peste, também são pontos a não perder. E para quem tiver pernas para subir (Buda, ao contrário de Peste, é montanhosa), a Cidadela, um dos (muitos) espaços verdes da cidade, é obrigatória, com a sua vista espectacular não só sobre Buda mas também sobre Peste. Agora giro giro é percorrer as ruas do Bairro do Castelo e parar para descansar no Café Miró.
Curiosidade: o encontro com um casal texano no funicular para o Palácio Real. Do mais simpático que se possa imaginar, com muito sentido de humor (we're from Texas but we didn’t bring our hats, ler com sotaque cerrado), a viajar pela Europa há já mais de um mês. Uma lição para esta anti-americanista convicta, que achava que os 30% de estado-unidenses com passaporte nunca poderiam ter origem no Texas de George W. Bush…


Vista sobre Buda

Palácio Real

Bairro do Castelo

Pormenor do Bairro do Castelo

19 junho 2008

Budapeste, uma cidade afável

Porque não começar com o lugar-comum? Budapeste não é tão bonita como Praga, mas é mais bonita que Viena. E é sobretudo uma cidade afável. Afável, sim, é o adjectivo que mais me vem à cabeça. Porquê? Porque a percorremos como se percorressemos a cidade onde vivemos. Sem nunca nos sentirmos estranhos. Mesmo sem perceber uma só palavra da única língua que o diabo respeita, segundo Chico Buarque. Ou da língua que o diabo inventou quando estava bêbado, segundo autor desconhecido. Como não me sentir em casa quando o meu nome soa a Jujana (Zsuzsanna)? Querem som mais carinhoso? Homem que me chame Juja, tem-me para o resto da vida! :-)


Buda à esquerda, Peste à direita, Danúbio ao centro

Parlamento húngaro, ex-libris de Budapeste

11 junho 2008

A caminho de Budapeste

Pois é, aí vou eu a caminho de Budapeste, ainda sem ter postado sobre Istambul, eu sei. Mas o Danúbio vai-me inspirar, tenho fé. E embora sem o talento do moreno dos olhos d'água*, os posts vão aparecer...

* Budapeste, Chico Buarque, 2003

01 junho 2008

Crónicas de Moçambique

Depois de fazer referência às minhas vivências africanas num dos últimos posts (há já muito tempo atrás, eu sei...), aí estão elas, ao vivo e a cores, num site perto de si: http://pwp.netcabo.pt/susana.murteira. :-)