27 dezembro 2008

Idanha-a-Velha, longe vão os tempos da prosperidade romana

À chegada a Idanha-a-Velha ninguém diria que ali esteve Egitânia, uma das mais prósperas cidades do Império Romano na Península Ibérica, em posição privilegiada entre Mérida e Braga. Uma volta de carro num perímetro de pouco mais de um quilómetro, um velhote e um cão, duas velhotas, um gato, outro gato. Não posso crer, Idanha-a-Velha é só isto? Está-se mesmo a ver que não…
Mas também não é muito mais. É uma daquelas aldeias históricas sem vida própria, com poucos habitantes, tipo Sortelha. Embora Sortelha esteja mais explorada turisticamente. Idanha-a-Velha parece ter começado mais tarde. As infra-estruturas turísticas são tão novas que algumas ainda nem funcionam, como é o caso das instalações da YDreams. YDreams, em Idanha-a-Velha? Verdade! É quando se sai do carro e se começa a caminhar que Idanha-a-Velha nos começa a surpreender…
Pela principal igreja, a Sé Catedral, ao que tudo indica a primeira catedral visigótica na Península Ibérica. Aliás, depois de se entrar percebe-se que a raiz não é católica; apesar de todas as reconstruções, o centro não é o altar no topo, mas sim o nicho lateral onde estão os frescos. Pelas muralhas do castelo, com umas portas em arco dignas de registo, parece que obra dos mouros. Pela torre de menagem, construída pela Ordem dos Templários, onde demos com um pátio cheio de roupa estendida. Pelo lagar de azeite, testemunho de tempos mais recentes, alvo de uma recuperação que valeu a pena.
E, claro, por todos os vestígios romanos, desde a pequena ponte à grande colecção de lápides. É esta colecção de lápides (Museu Epigráfico) que tem como suporte as instalações da YDreams, que nos põem a fugir de um lagarto enorme à entrada e a fazer movimentos de mãos para seguir a história das várias lápides. Muito giro, parabéns à YDreams e, principalmente, a quem se lembrou de pôr uma das empresas portuguesas de maior sucesso a trabalhar para revitalizar o nosso turismo.


Praça do Pelourinho

Onde é que o correio não chega?

A YDreams entre muralhas romanas e arcos mouros

17 dezembro 2008

Gatos em Idanha-a-Velha

Antes de postar sobre Monsanto, tenho que postar sobre Idanha-a-Velha, a primeira das aldeias históricas que visitei. Mas antes de postar sobre Idanha-a-Velha, tenho que dar destaque aos gatos que por lá encontrei. Sim, que Idanha-a-Velha foi Egitânia, uma grande cidade romana. E gatos nunca faltam em cidade romana que se preze...




14 dezembro 2008

As termas de Monfortinho e o stress

Nas termas de Monfortinho não há nada para fazer. Faz lembrar Maputo ao fim-de-semana. Sem os camarões, claro... Não liguem. De vez em quando dá-me para matar saudades das Crónicas de Moçambique. Bons tempos...
Voltando às termas de Monfortinho, para quem queria ir para onde não houvesse rede de telemóvel, estive quase a conseguir. Esqueci-me foi da omnipresente rede espanhola... Mas não foi grave, o telemóvel, aliás, os telemóveis (agora são dois!), estiveram esquecidos, face à intensa actividade: pequeno-almoço, banho turco, jacuzzi, piscina, sauna, almoço, massagem, livro, jantar, zzzzzzzzzz, pequeno-almoço, termas, chuva, livro, almoço, passeio, chuva, televisão, jantar, zzzzzzzzzz.
Stress só com o passeio à chuva, de carro em Penha Garcia. Não sei se estão a ver Penha Garcia, ruas estreitas a despencarem lá de cima cá para baixo. E uma condutora com medo que o VW Golf não se aguentasse e despencasse também! Falta de confiança no Golfinho, é o que é!!! Não só se portou muito bem como coube em todas as ruas estreitas! Coisa que o Discovery não faria, pelo menos em algumas delas, nem com a perícia da condutora!!!
Tanta chuva obrigou a um segundo passeio no dia seguinte, daí as fotos com sol. Ainda assim, um passeio curto, em trânsito para outras paragens. Penha Garcia merece mais. Até porque a Rota dos Fósseis ficou por fazer...


Chegar às termas de Monfortinho é um stress

Moinhos de rodízio no vale do rio Pônsul

Casa etnográfica de Penha Garcia à venda

08 dezembro 2008

De volta às luzes da cidade

Estou de volta, mas com um brilhozinho nos olhos. Para mim, nada como uma viagem, sou um caso perdido... Idanha-a-Velha, Penha Garcia e Monsanto, principalmente Monsanto, são as minhas novas descobertas, a partilhar em próximos posts. No entretanto, o silêncio não veio comigo, os carros já se ouvem lá fora, não tarda passa o carro do lixo...

05 dezembro 2008

Em retiro no Portugal profundo

Debaixo de um céu estrelado, como só longe das luzes da cidade se consegue, num silêncio retemperador, e sem o frio esperado. Aldeias históricas, caminhadas, tapas, massagens, etc e tal. Sim, que isto Monfortinho não é só termas... :-)

19 novembro 2008

Murais de Lyon

Os murais são uma das principais atracções de Lyon. Não são muitos, mas são bons. Tão bons que corremos o risco de passar sem dar por eles. Fica abaixo um exemplo de um dos mais mediáticos, dadas as figuras públicas que nele aparecem. E, já agora, porque não anunciar que o lançamento do Beaujolais é amanhã? Terceira quinta-feira do mês de Novembro em todo o mundo. Em Lisboa, numa garrafeira-bar perto de si. Ora espreitem: http://osgoliardos.com/blog. :-)


A figura pública mais famosa de Lyon, Antoine de Saint-Exupéry, com o ainda mais famoso Principezinho

Os não menos famosos irmãos Lumière, para os amantes do cinema e da fotografia

Aí está ele, o mais famoso de todos, o Beaujolais!!!

11 novembro 2008

Voltando a Lyon

Depois da euforia em Obamaland, alguns pormenores de Lyon...


Uma cena típica não só em Lyon mas em toda a França, a tradicional petanca


Uma loja de nome Aux Pieds Du Monde, com sapatos dos países mais inverosímeis


Decoração de um restaurante que promove os produtos da terra (franceses, claro!)


E como não podia deixar de ser, uma caixa de correio original

25 outubro 2008

A Handicap em Lyon

A Handicap International é uma ONG que faz sensibilização para o problema das minas terrestres. E eu tive a sorte de apanhar um dia de actividades desta ONG na praça principal de Lyon, desde a animação musical à "montanha" de sapatos. Mas o que me marcou mais foi a forma de sensibilizar as crianças, colocando-as no lugar das outras, as que algures no mundo têm o azar de pisar uma mina terrestre. Ora vejam as fotos.










19 outubro 2008

Vistas de Lyon

Lyon tem vistas bonitas, seja cá de baixo dos rios, seja lá de cima das colinas...


Vista de Lyon, com a Ópera ao centro

Basílica de Notre Dame de Fourvière,
no cimo da colina que reza

Praça do Município

Chaminés típicas do bairro da Croix-Rousse,
na colina que trabalha

11 outubro 2008

Rios de Lyon

Lyon tem dois rios: Rhône e Saône. Saône, o mais estreito, separa duas colinas, Fourvière, a "colina que reza", e Croix-Rousse, a "colina que trabalha", assim chamadas pelas várias igrejas e conventos e pelas antigas casas de operários que se espalham por uma e por outra. Rhône, o mais largo, separa estes bairros velhos dos bairros mais modernos. E, atenção, tanto no Rhône como no Saône se podem ver cisnes...


Rio Saône

Rio Rhône

Cisnes aos pares

30 setembro 2008

Fromage em Lyon

Pois é, Lyon. O género de sítio onde eu nunca me lembraria de ir. Mas ainda bem que fui. Gostei! E vim de lá com vontade de por lá ficar. A aprender francês ou pura e simplesmente a passear-me de bicicleta com uma baguette debaixo do braço. Porquê? Porque Lyon é uma cidade simpática. É verdade, eu que nunca tive grande empatia nem com os franceses nem com França em geral, achei Lyon uma cidade simpática.
Simpática porque bonita. Simpática porque luminosa. Simpática porque tranquila. Simpática porque tem bibicletas por todo o lado. Simpática porque por lá se come muito bem. Simpática porque é a capital da região do famoso Beujolais.
Verdade seja dita que do famoso Beaujolais não provei nem pinga. A época dele é a partir da terceira semana de Novembro, logo fui adiantada. Mas provei outros vinhos. Acompanhados de queijos (fromage, desta palavra francesa nunca eu me esqueço!). Valeram-me os passeios de bicicleta, para abater as calorias. Um sistema inovador (consta que já a ser implementado noutras cidades de França) permite que se apanhe uma bicicleta numa ponta da cidade para a deixar em qualquer outro ponto da cidade. Embora, há que dizê-lo com frontalidade, seja preciso tirar 3 licenciaturas, 2 mestrados e 1 doutoramento para perceber o tal sistema...

Cenas dos próximos capítulos em posts que se querem mais frequentes... :-)

30 agosto 2008

E que dizer do porto palafítico da Carrasqueira?

Que é um segredo bem guardado que vale a pena conhecer. Que impressiona pelo engenho humano, presente mesmo nas mais ínfimas condições. E que à falta de conhecimento de causa, faço minhas as palavras da jornalista do DN abaixo.

Lodo no cais palafítico da Carrasqueira, Isabel Lucas
Os chapéus de palha avistam-se ao longe, no verde dos campos de arroz, mas é do mar que chegam aquelas mulheres. Saíram de casa às cinco da manhã e pouco passa das dez quando trocam o barco pela bicicleta e o chapéu pelo capacete. Regressam a casa e deixam na lota uns poucos quilos de amêijoa, chocos ou polvo. Otlinda da Costa, 62 anos, liga o motor da sua Vespa. Vive na casa da "flor cor-de-rosa bonita", mesmo no fim da aldeia quando se vai para o porto. Durante anos fez o caminho a pé. Agora vai "de mota". Elas vão e eles ficam, ajeitando as redes para o outro dia, limpando o barco, levando o peixe à lota. Eles e elas trabalham juntos, quase sempre aos pares, no mesmo barco. Otlinda vai e o marido ficou no cais depois de uma manhã na apanha da amêijoa. "Ele é o mestre e eu sou a camarada", explica. Explica também que uma manhã no mar "é poucochinho" para pagar a outro camarada, e que é por isso que eles andam com elas no porto palafítico da Carrasqueira, no estuário do Sado, bem perto da Comporta.
"Aqui nasci e aqui tenho dado cabo dos ossos", diz Joaquim Bacalhau atando um atrelado à bicicleta. Tem 71 anos e é um dos mestres mais velhos a navegar naquele porto. Nunca teve outra profissão que não a de andar à pesca naquelas águas. Lembra-se de serem "mais ricas", de haver mais peixe, marisco e "até ostras". Marisco já há pouco e as ostras acabaram. Quanto a ele, há muito que desistiu de procurar explicação para tal escassez. "Não sei se é da poluição..."
Joaquim Bacalhau é o dono do Lourdes Josélia, o barco em que navegou toda a manhã, sozinho, que "a mulher já não pode". Apanhou um litro de minhoca e isso valeu-lhe 25 euros. "Vem aqui uma menina buscar para mandar depois para Espanha." Joaquim já andou ao peixe, mas agora só apanha isco para ajudar à reforma. E é quando a maré deixa e o defeso permite. Este ano começou em Abril e há-de ir até Outubro, depois há que esperar mais uns meses, que "isto não é quando a gente quer".
A maré está baixa e os barcos chegam pelos canais que se formam na lama. Têm nomes como Volto Já, Depressa, Carvalhinha, Rainha do Sado. São azuis, amarelos, vermelhos, cor de laranja e dão cor ao cinzento do lodo e à madeira desbotada pelo tempo. Está a regressar o Estrela do Rio, seguido do Anda Pateta. Perto do Sempre com Deus, que está à venda, duas mulheres atravessam o "passadiço" segurando baldes de amêijoa. Foram no barco até à Setenave e acabaram a maré às nove e meia, cada uma com o seu mestre. No Maria Albertina, um homem passa a olho a rede. É Carmindo, pescador a quem o mar rendeu ontem um quilo de choco. "Muito pouco", queixa-se, de cigarro ao canto da boca. Carmindo é de poucas falas, mas deixa no ar mais uma frase como acrescento de desespero: "Abalei de casa às quatro da manhã..." Lamenta-se e vai passando a rede, acendendo um cigarro com o outro que se acaba. Mora na Carrasqueira como todos os outros, muitos na idade da reforma e alguns novos, como os dois rapazes do barco ao lado, o Belinha, ainda solteiros, sem mulher para camarada.
A manhã vai longa e a maré alteando até que vem o Aninhas, arrastando o Criança Sofre. Dirige-se ao seu lugar no porto. Cada pescador tem sítio fixo e compete-lhe manter o acesso em condições. A Câmara de Alcácer do Sal responsabiliza-se pela passagem colectiva, comum a quem atravessa o cais, como explica Leonardo, funcionário da Docapesca há tantos anos na lota quantos ela tem de vida. Já lá vão 22. Nesses anos são cada vez mais os de fora que atravessam o porto. "Aos fins-de-semana isto está cheio de gente, até vêm autocarros", comenta. E tudo para ver a Carrasqueira.
Não há pescador que Leonardo não conheça. Recebe-lhes o peixe a cada dia, pesa-o, paga-lhes o resultado do leilão, que aquela lota é pequena mas funciona como as grandes. Diz que são à volta de 60 e pelas suas contas ainda há barcos por chegar numa altura em que a água já vai cobrindo o lodo. Carmindo pode finalmente levar o barco até ao seu sítio. Já está navegável. Passa por ele um casal de turistas. Espantam-se com o emaranhado de paus, os remendos na madeira, comentam o lixo que a maré vazia revelou. Não reparam no Nova Carrasqueira, o barco mais velho do porto e que há muito deixou de navegar. Vão de mão dada e ela diz-lhe a ele: "Aquilo que se vê nas revistas não é exactamente isto." Carmindo não ouviu.






20 agosto 2008

Canoagem de mar em Sesimbra, recomenda-se!

Alvorada ao domingo, sol radiante em Sesimbra, canoagem em mar calmo, grutas para espreitar, praia (supostamente) deserta para um mergulho gelado, e petiscada em boa companhia. Para esquecer, só mesmo o pequeno deslize aqui da perita em quedas e outros quejandos, daqueles que deixam marcas no fundo das costas... :-( No worry, find Wally! :-)

13 julho 2008

Os banhos! Esqueci-me dos banhos!!!

Os banhos, esquecimento imperdoável! Os banhos húngaros, herança dos turcos. Suposta herança dos turcos, porque os banhos Gellért (os mais famosos e, aparentemente, os mais turísticos) parecem saídos dos tempos soviéticos. O edifício: em obras. O preçário: incompreensível. As funcionárias: nem uma palavra de inglês. Os cacifos: a cair de podres. Enfim, banhos dignos de um filme de terror!
E por falar em terror, uma última curiosidade: antes da 1ª Guerra Mundial, a Transilvânia estava no Império Austro-Húngaro e não na Roménia. Moral da história, o tão famoso Conde Drácula era húngaro… :-)

07 julho 2008

Gulyás e pogácsa

Entre Buda e Peste, no meio do Danúbio, a Ilha Margarida, verde refúgio dos budapestinos e mais um exemplo da clorofila na cidade. Que assim se presta às bicicletas que a percorrem, a qualquer hora do dia ou da noite. Coisas de cidade plana, claro está (mais Peste do que Buda!). Aliás, parece que a Húngria é toda ela uma planície, razão pela qual foi a dada altura o "celeiro" da União Soviética. E por falar em comida (já cá faltava!), lembram-se do Herman nos bons velhos tempos? Paprika, muita paprika? Acho que não há nada que não leve paprika, doce ou picante! Mas a não perder mesmo é o gulyás (goulásh), um guisado de carne típico, daqueles para encher. Devidamente acompanhado de pogácsa (pogátcha), um pão de azeite de ir às lágrimas. Tudo regado a vinho, que entre branco e tinto, diga-se de passagem que é bastante bom...


Ilha Margarida

Paprika, muita paprika

29 junho 2008

Peste

Na outra margem, Peste. Onde tudo acontece. Onde estão os monumentos mais recentes, as grandes praças e as avenidas largas, o trânsito, as lojas, as pessoas, os cães (Budapeste é uma cidade de cães, ao contrário de tantas outras cidades de gatos, como Istambul ou Roma). A não perder: o Parlamento Húngaro, onde não se consegue entrar, tais as filas à porta (e Junho não é época alta!); a Basílica de Santo Estevão, onde se pode ver a mão mumificada do dito (nada comparado com a nossa Capela dos Ossos!); a Grande Sinagoga, a maior da Europa; e o Bairro Judaico, bastante degradado. A propósito de judeus, os húngaros colaboraram com os nazis, tendo denunciado e enviado para campos de concentração um número considerável de judeus no espaço de duas semanas. Ao que parece, e ao contrário dos alemães, ainda não se reconciliaram com esse período negro da sua história...
Mas voltando a Peste, a não perder também a Váci Utca, a Rua Augusta budapestina. E, sobretudo, a não perder o Mercado Central onde ela desemboca. Linhos e casacos de lã, paprika (muita paprika, doce, picante, para todos os gostos!) e tokaji (lê-se tókai), um vinho tipicamente húngaro, licoroso, feito através da adição de uvas podres (soa mal, mas sabe bem!). E jogos, muitos jogos. Sabiam que o Rubik era húngaro? Rubik??? Vá lá, a sério que não vos diz nada? Então, geração de 70? O Rubik foi o criador do cubo mágico!!! Escusado será dizer que comprei um. Onde raio terá ido parar o meu? Só encontro os estrumpfes...
Curiosidade: Budapeste foi a primeira cidade da Europa Continental (ou seja, a primeira depois de Londres) a ter metro. E algumas estações, as primeiras, ainda hoje se mantêm como há cerca de 100 anos atrás, verdadeiramente liliputianas!


Vista sobre Peste

Pormenor do Bairro Judaico

Tocador de "copos" na Váci Utca

Casacos de lã à venda

24 junho 2008

Buda

Budapeste é Buda numa margem e Peste na outra. Do Danúbio, claro. Buda é a cidade velha, onde tudo começou. Foi em Buda que no século I a.C. se instalaram os romanos, na região a que chamaram Panónia, mais tarde conquistada pelos bárbaros vindos da outra margem. E foi a Buda que no século IX d.C. chegaram as 7 tribos magiares vindas de algures na Ásia, talvez dos Montes Urais, as tribos nómadas que se diz estarem na origem do orgulhoso povo magiar.
Assim sendo, é em Buda que está a cidade medieval, com o Bairro do Castelo, Património Mundial da UNESCO. Mais imperial do que seria de esperar (foi destruída pelos turcos e reconstruída pelos habsburgos), Buda não deixa de ser um encanto. O Palácio Real alberga a Galeria Nacional Húngara e o Museu da História de Budapeste. Não fui ver a primeira, com pena minha, e o segundo não me entusiasmou por aí além, mas vale pelas fotografias de Budapeste no pós 2ª Guerra Mundial. Os alemães bombardearam forte e feio antes de sair… A Igreja de Matias, com uns telhados fora do vulgar que apanhei em obras, e o Bastião dos Pescadores, com uma vista espectacular sobre Peste, também são pontos a não perder. E para quem tiver pernas para subir (Buda, ao contrário de Peste, é montanhosa), a Cidadela, um dos (muitos) espaços verdes da cidade, é obrigatória, com a sua vista espectacular não só sobre Buda mas também sobre Peste. Agora giro giro é percorrer as ruas do Bairro do Castelo e parar para descansar no Café Miró.
Curiosidade: o encontro com um casal texano no funicular para o Palácio Real. Do mais simpático que se possa imaginar, com muito sentido de humor (we're from Texas but we didn’t bring our hats, ler com sotaque cerrado), a viajar pela Europa há já mais de um mês. Uma lição para esta anti-americanista convicta, que achava que os 30% de estado-unidenses com passaporte nunca poderiam ter origem no Texas de George W. Bush…


Vista sobre Buda

Palácio Real

Bairro do Castelo

Pormenor do Bairro do Castelo

19 junho 2008

Budapeste, uma cidade afável

Porque não começar com o lugar-comum? Budapeste não é tão bonita como Praga, mas é mais bonita que Viena. E é sobretudo uma cidade afável. Afável, sim, é o adjectivo que mais me vem à cabeça. Porquê? Porque a percorremos como se percorressemos a cidade onde vivemos. Sem nunca nos sentirmos estranhos. Mesmo sem perceber uma só palavra da única língua que o diabo respeita, segundo Chico Buarque. Ou da língua que o diabo inventou quando estava bêbado, segundo autor desconhecido. Como não me sentir em casa quando o meu nome soa a Jujana (Zsuzsanna)? Querem som mais carinhoso? Homem que me chame Juja, tem-me para o resto da vida! :-)


Buda à esquerda, Peste à direita, Danúbio ao centro

Parlamento húngaro, ex-libris de Budapeste

11 junho 2008

A caminho de Budapeste

Pois é, aí vou eu a caminho de Budapeste, ainda sem ter postado sobre Istambul, eu sei. Mas o Danúbio vai-me inspirar, tenho fé. E embora sem o talento do moreno dos olhos d'água*, os posts vão aparecer...

* Budapeste, Chico Buarque, 2003

01 junho 2008

Crónicas de Moçambique

Depois de fazer referência às minhas vivências africanas num dos últimos posts (há já muito tempo atrás, eu sei...), aí estão elas, ao vivo e a cores, num site perto de si: http://pwp.netcabo.pt/susana.murteira. :-)

14 abril 2008

Zé, uma mulher incomparável

É difícil quando nos morre alguém muito querido. É ainda mais difícil quando esse alguém foi um exemplo de força durante toda a vida. Alguém que nos viu nascer e que nos marcou. Como marcou todas as vidas com as quais se cruzou.
Mas não podemos fazer mais do que aceitar quando o sofrimento ultrapassa todos os limites do suportável. Mesmo que fiquemos a perder, que o mundo fique a perder.
Um grande beijinho, Zé, sei que vais estar sempre connosco.

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Fernando Pessoa

07 abril 2008

Alentejo na Primavera

Não me canso de gabar o Alentejo na Primavera. É que é lindo! Mesmo, mesmo, mesmo lindo!!! Por isso aproveito qualquer oportunidade para lá ir! A última foi uma caminhada na zona de Serpa, ao longo do Guadiana. O Clube de Actividades de Ar Livre foi o organizador e os companheiros revelaram-se boa onda. Não foi fácil (7 horas a andar!), mas valeu a pena. E até o escaldão (quem me manda ter pele de princesa?) passou para segundo plano perante um apoteótico final no Lebrinha, não a melhor cervejaria de Serpa, mas sim a melhor cervejaria do país! É claro que a cerveja sabe melhor quando acompanhada por pão com queijo de cabra e ovos mexidos com espargos selvagens...

PS: Lembrei-me agora ao olhar para a data. O meu avô fazia anos hoje. Não o alentejano, que não cheguei a conhecer. O beirão aventureiro que veio trabalhar para Lisboa com 12 anos e que foi para o Congo Belga (actual República Democrática do Congo) com 17. Tenho pena de não ter partilhado com ele a vivência africana...






24 março 2008

Istambul, a quanto obrigas!

Não, já não é falta de inspiração. É que entretanto caiu-me no colo um Executive MBA. E tenho andado de case study em case study. Ele é Sonae, ele é Logoplaste, ele é Wal-Mart, ele há-de ser Índia! Mas Istambul não está esquecida. E à falta de registos sérios, fica um registo bem disposto... ;-)


Mercado das Especiarias, Istambul