31 agosto 2009

SignspottingFont size

Em Copenhaga dei por acaso com uma exposição de rua sobre sinais. Sim, sinais. De trânsito e outros que tais. Com piada, muita piada. Como se pode ver nas fotos abaixo. Embora lhes faltem os comentários. É que todos os sinais são comentados pelo autor da ideia, Doug Lansky. Segundo percebi, qualquer pessoa que encontre pelo mundo um sinal sui generis, pode fotografá-lo e enviar a foto para o Doug. Ele comenta, com um impagável sentido de humor, edita em livro as fotos e expõe reproduções dos sinais. Vale a pena conhecer o projecto: http://www.signspotting.com. E vale a pena comprar os livros (Signspotting 1 e Signspotting 2), são muito bons. Aliás, se tiverem por aí fotos de sinais sui generis, pensem em imortalizar o vosso nome numa edição Lonely Planet! :-)


Sentido de humor até na forma de chamar a atenção...

Directamente das Ilhas Caimão, este é dedicado à malta dos correios!

O que seria dos ingleses sem o seu sentido de humor?

Já os sul africanos de meigos não têm nada...

Outro da África do Sul, lindo, um pinguim mecânico!

O meu favorito, os escoceses sabem muito, já está em íman no frigorífico!!!

Este é-nos familiar, é de Mértola, apesar da velocidade...

Outro nosso, até que eu atingisse que em inglês significa saber onde é o caos...

George Bush e a palavra inteligência na mesma frase???

Ainda bem, imaginem o que é uma pessoa perder-se na China!?!

29 agosto 2009

E Copenhaga?

Copenhaga (55º40'34.66''N/12º34'05.22''E) é uma grande cidade! Daquelas que conseguem a proeza de ter como símbolo um parque de diversões que tem tudo menos um ar decadente, o grande Tivoli (a propósito, há quanto tempo está o espaço da não saudosa Feira Popular à espera que se faça alguma coisa com ele, o que quer que seja?). Para não falar do outro símbolo, a Pequena Sereia. Que, como o nome indica, é pequena. E inatingível. Porquê? Porque todos os turistas da cidade (que devem ser uns bons milhares por dia) querem uma foto ao lado dela. Por isso, se pensavam que aquela foto ali em cima à direita era da Pequena Sereia é porque ainda não me conhecem... Fora de brincadeiras, a Pequena Sereia é uma criação de outro símbolo, este de âmbito nacional, o escritor Hans Christian Andersen (lembram-se de "O patinho feio", "O soldadinho de chumbo", "A princesa e a ervilha"?). E não é de todo inatingível: foi vítima de vandalismo por duas vezes. Como é que alguém se lembra de cortar a cabeça a uma estátua? Duas vezes???
Voltando ao que interessa, secção "a não perder": o passeio de barco pelos canais, para ver a nova ópera e não só; Nyhavn (Porto Novo), o bairro dos bares, do mais fotogénico que tenho visto; a torre redonda e a sua espectacular rampa, especialmente se a subirmos sabendo que por ela subiram os czares da Rússia Pedro O Grande e Catarina, a cavalo ele e em carroça ela; a Praça da Câmara Municipal, o Castelo da Família Real e o Palácio da Antiga Bolsa, entre muitas outras praças, muitos outros castelos e muitos outros palácios. Isto para não falar de tudo aquilo que não tive tempo de ver, nomeadamente tudo aquilo que faz de Copenhaga a capital do design...
Por último, a Dinamarca é mais uma monarquia/democracia orgulhosa da sua família real. E com razão, segundo a história que se conta do Rei Christian X, avô de Margrethe II, a actual Rainha. Consta que durante a 2ª Guerra Mundial, quando os alemães que ocupavam a Dinamarca ordenaram o uso da estrela de David aos judeus, Christian X terá saído à rua com a estrela colocada. Mas consta mal, porque os alemães nunca ordenaram o uso da estrela de David na Dinamarca. No entanto, como não há fumo sem fogo, parece que Christian X terá dito, isso sim, que se os alemães ordenassem o uso da estrela de David aos judeus da Dinamarca, "perhaps then we should all wear it". Nada como confirmar na Wikipédia!!!


A verdadeira Pequena Sereia

Um dos canais

A nova ópera

Um cisne no canal

O colorido Nyhavn

E a torre redonda

11 agosto 2009

Despedida da Noruega

Em jeito de despedida da Noruega, alguns comentários.

Historicamente ligada à Dinamarca e/ou à Suécia, a Noruega só se tornou independente em 1905. Estranho, não é? Especialmente para quem tem identidade nacional desde 1143...

Considerada o "parente pobre" da Europa, dedicada à agricultura e à pesca, disparou com a descoberta de petróleo nos anos 60 do século passado. É hoje um dos países mais ricos do mundo, no topo da lista do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), com taxas de pobreza na ordem dos 6%. Não tenho dúvidas de que o modelo de Estado-Providência, suportado pelos impostos (podem chegar aos 60% do rendimento!), tem ajudado. Mas às vezes tenho dúvidas de que o mesmo modelo resulte fora da disciplina nórdica. Não brinquem, os noruegueses param nos sinais vermelhos para peões e esperam, mesmo que não haja um carro num raio de 5 quilómetros!!!

Depois de dois "nãos" em referendos (1972 e 1994), a Noruega continua sem fazer parte da União Europeia. Nacionalismo que talvez lhes venha da tal jovem identidade nacional...

Fim dos comentários, algumas fotos soltas.


Correio nacional e internacional e correio local

Quando há sol há que aproveitá-lo!

O que me leva de novo ao sol da meia-noite!

E à despedida da Noruega com um troll...

10 agosto 2009

E sobre Oslo?

Sobre Oslo (59º54'49.75''N/10º44'19.47''E) não há muito a dizer. Com grande pena minha. Porquê? Muita chuva e pouco tempo. Sobretudo, pouco tempo. Porque Oslo é uma cidade de museus, e museus até se fazem bem com chuva... Nunca pensei que um dia fosse pouco, tinha ouvido dizer que a cidade é pequena (550 mil habitantes) e sem muito para ver. Mas de facto um dia é pouco. Dá para ficar com uma ideia do centro da cidade, mas não dá para tanto museu. E na impossibilidade de ver mais do que um, optei pelo que me dizia mais, o Centro do Nobel da Paz, 108 anos e cerca de 117 laureados numa antiga estação de comboios. Infelizmente, a alguns destes laureados o Nobel da Paz não serviu de muito. Inaceitável a nova condenação de Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliária há já 19 anos num país onde uma junta militar atropela os direitos humanos nas barbas da comunidade internacional.
Quanto a fotos, não há muitas. Podia mostrar-vos algumas, dos monumentos principais: o Palácio Real (Slottet), o Parlamento (Stortinget), a Câmara Municipal (Rådhuset). Mas são edifícios sem muito que se lhes diga (tirando talvez o do Parlamento...), a juntar às cores frias da falta de sol. Por isso prefiro dedicar-me à cultura: a nova ópera, à beira-fiorde, cujo design é inspirado "num tímpano que emerge do mar" (Site Oficial da Noruega em Portugal dixit); e a sala de concertos, com umas esculturas dignas de registo no exterior.





09 agosto 2009

Voltando a Tromsø

Sobre Tromsø (69º39'40.54''N/18º57'00.97''E) não me vou alongar muito mais. A “Paris do Norte”, como é conhecida, é uma cidade pequena (cerca de 65 mil habitantes), mas extremamente cosmopolita. À conta da universidade mais setentrional do mundo e do Norwegian Polar Institute, a cidade orgulha-se de contar com cerca de 130 nacionalidades entre os seus habitantes. É obra! De tal forma que nem se estranha ouvir qualquer coisa como “ai que bom ouvir falar português” na rua principal. Mais uma portuguesa em terras norueguesas, esta casada com um norueguês, desejosa de ir para sul, tipo Bergen...

Se passarem por lá (por Tromsø, não por Bergen), para o sol da meia-noite ou para a aurora boreal, não percam o teleférico, com uma vista espectacular sobre a cidade, e a catedral do Ártico, de arquitectura moderna ("a forma do seu telhado simboliza o modo como a aurora boreal ilumina os dias escuros de inverno de Tromsø", in Guia American Express). Se tiverem tempo, podem passar pelo Polaria, um centro de informação sobre as regiões polares, com ênfase no Ártico (é mais parra do que uva, embora tenha umas focas simpáticas). Por último, não deixem de tentar comer alce ou rena, mesmo que sejam só para turista comer, porque sempre é melhor do que ir parar a um restaurante com comida dos EUA (não me consigo lembrar do nome para inaugurar a secção "a evitar"). E, sobretudo, fiquem mais do que uma tarde e uma manhã, porque a cidade é pequena mas tem que ver...


Storgata, a rua principal

Vista sobre a cidade

Subúrbios da cidade

Uma foca simpática! E gorda!!!

05 agosto 2009

Uma interrupção no norte da Europa para um salto ao norte de Portugal

Como é que é possível chegar aos 35 anos sem ter ido ao Gerês? Não é, cheguei umas horas antes de os fazer! E como a ocasião era de comemoração, porque não percorrer as estreitas estradas do Gerês de auto-caravana? Não lancem já as mãos à cabeça! Descobri em mim uma costela de camionista que só quem já me viu sorrir ao volante do meu Discovery podia adivinhar…
Moral da história, correu tudo às mil maravilhas: a condução da auto-caravana, a experiência de campismo (estou fã, eu sempre disse que devia ter ido para os escuteiros…), as voltas pelo Gerês (faltou a coragem na altura de “refrescar as ideias” na Portela do Homem, compensada em águas menos frias da Barragem de Vilarinho das Furnas), a comida e a bebida (alheiras à séria e postas barrosãs, entre vinhos de várias cores…) e, claro, a companhia. Quem tem amigos que fazem 400 quilómetros para passar os anos connosco, de auto-caravana ou de carro, tem tudo… Fim do momento de lamechice.
A registar: o Parque de Campismo de Cerdeira, aparentemente dos melhores que temos em Portugal; a vila do Gerês, uma boa surpresa no âmbito das vilas termais; e a posta barrosã na Pensão Fernandes (ao fundo da rua das termas), juntamente com a simpatia com que nos receberam às três da tarde para almoçar. E, como não podia deixar de ser, os famosos garranos, que nos apareceram na estrada várias vezes. Fizeram-me lembrar os antílopes no Kruger Park, à primeira é uma festa, à segunda ainda se pega na máquina fotográfica, à terceira já é mais “cavalos outra vez?”. Lobos, nem vê-los. Só lobitos… :-)

PS: Depois dos dias no Gerês, seguiram-se uns dias na Praia Grande. E para quem lá passa férias e fins-de-semana há já uns anos foi giro (re)descobrir coisas como a Praia da Ursa e as Bolas de Berlim. A Praia da Ursa, com os acessos para profissionais da escalada, não é para repetir tão cedo (mas haverá algum músculo do corpo que não me doa???). Já as Bolas de Berlim…


Aí está ela! Daqui um grande obrigada aos pais Mesquita!

A única parte do corpo "molhável" nas águas da Portela do Homem

Um edifício ainda não reabilitado na vila do Gerês

Garranos e garranitos à beira da estrada

Falta-lhe um "do", mas a ideia está lá. E não podia estar mais certa...