27 janeiro 2013

De como os estrangeiros ainda são alvo de atenção na Índia

Aqui há muitos anos, entre 20 a 25, quando vivi em Macau com os meus pais, passava-se um fenómeno curioso sempre que íamos ao sul da China: para onde quer que fossemos, éramos "perseguidos" por dezenas de chineses que observavam com atenção tudo o que fazíamos, entre sonoras gargalhadas. Estranhámos ao princípio, mas acabámos por nos habituar. Digamos que era um fenómeno a que qualquer "kuai-lou" (diabo branco) estava sujeito quando ia à China, um país muito fechado sobre si próprio, com uma abertura ao estrangeiro muito recente naquela altura.
Daí que tenha estranhado um fenómeno semelhante na Índia dos nossos dias. Não estou a falar de dezenas de indianos a "perseguir-nos" (por acaso isso também acontece, mas é mais para nos vender alguma coisa, para nos levar a algum lado, para nos pedir alguns trocos, uma coisa que se torna exasperante a certa altura...), mas de vários indianos que pedem para tirar fotografias connosco. E eu surpreendidíssima, sempre a achar que o que eles queriam era que eu lhes tirasse uma fotografia a eles!
Aconteceu-nos em Mumbai, onde nos puseram uma criança nos braços. Na Elephanta Island, uma família inteira. Em Jaipur, grupos e grupos de rapazes novos. Em Agra, em pleno Taj Mahal. Em Nova Deli, onde já entravamos no esquema dizendo com um sorriso: "photo? give me money!". Fora de brincadeiras, achei estranho.
Em conversa com um dos meus colegas indianos, que se riu a bom rir quando lhe contei e que me disse que isso acontecia antigamente, chegámos à conclusão que os dias que lá passei (por alturas do ano novo) são dias de grande movimento a nível de turismo interno. Ou seja, muitos indianos de zonas rurais e remotas, menos habituados a estrangeiros, a andar de um lado para o outro. Aceito a possível explicação. Mas não deixo de estranhar...



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