20 agosto 2013

Varsóvia tem muito que ver I

Como eu suspeitava, Varsóvia tem muito que ver. Até porque é uma cidade enorme, com 1.7 milhões de habitantes! E com muita História, desde a destruição total pelos nazis à longa ocupação pelos soviéticos. História de resistência, tanto a uns como a outros. Aliás, os polacos têm fama de ser resistentes. E não, não estou a falar da resistência ao vodka... E as polacas têm fama de ser das mulheres mais bonitas do mundo! Fama que se confirma, entre louras e morenas, com metros e metros de pernas à vista!!!
Voltando ao que interessa, estive um dia e meio em Varsóvia, mas podia ter estado mais. Não que a cidade seja particularmente bonita, não é. Mas é uma cidade cosmopolita, com muito que ver. O monumento mais emblemático é o Palácio da Cultura e da Ciência, uma "oferta" de Estaline à cidade. Feio, tipicamente soviético, domina a cidade do alto dos seus 230 metros. Mas tem um jardim simpático em redor, onde se podem encontrar beergardens e beber copos de cerveja de 60 cl (pedir menos do que isso é ser olhado de lado...).
A cidade velha dir-se-ia que não foi totalmente destruída pelos nazis. Ao que parece, a reconstrução foi fiel, de tal forma que é hoje Património Mundial da UNESCO. Entre castelos e catedrais, com vista para o rio Vístula (não é um bom nome, eu sei, a mim também me lembra coisas menos boas...), o casario baixo e colorido vai-se revelando mais e mais encantador a cada ruela que passa. O percurso entre a praça do castelo e a praça do mercado é obrigatório!
Já do gueto judeu pouco resta, tirando um memorial e as marcas dos muros que o delimitavam. Exactamente 3.4 km2 de área para cerca de 400 mil pessoas. Que foram morrendo de doença ou fome (o limite de calorias para os judeus era de 200 por dia...), isto nos primeiros tempos. Depois foram enviadas em massa para o campo de concentração de Treblinka, a curta distância da capital polaca. Os poucos que ficaram decidiram resistir, naquilo que ficou conhecido como a revolta do gueto de Varsóvia. Foram chacinados ao fim de 3 meses. E o gueto incendiado, pondo fim a um inferno que durou quase 3 anos, de 1940 a 1943.
Mas não foi só o gueto que resistiu. A cidade como um todo também. A 1 de Agosto de 1944, com a vitória dos aliados como certa e o exército soviético às portas da cidade, deu-se a revolta de Varsóvia. Que, com pouco ou nenhum apoio externo, morreu ao fim de 2 meses... Vale a pena ver o Warsaw Rising Museum. Explica tudo, tintim por tintim, desde os primeiros dias da preparação por parte da resistência polaca, aos últimos dias da capitulação dos derradeiros resistentes, passando pela contextualização da vida na cidade. Muito interactivo, torna-se um pouco excessivo. Digamos que uma pessoa pode sair de lá com a cabeça a andar à roda de tanta "realidade"...

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