15 julho 2009

Nordkapp, dia 2

O segundo dia no Nordkapp foi mais calmo, apenas com uma visita a Trondheim (63º26'04.67''N/10º23'54.44''E), 3ª maior cidade da Noruega. É uma cidade pequena (pouco mais de 150 mil habitantes), famosa pela grande catedral (Catedral de Nidaros, mistura de estilos normando, românico e gótico) onde antes eram coroados os reis. Pois, é preciso não esquecer que a Noruega é uma monarquia, governada pelo Rei Harald V. Mas é também uma democracia, com a particularidade de já em 1986 ter uma primeira-ministra (Gro Harlem Brundtland, conhecida por chefiar a Comissão que lançou o conceito de desenvolvimento sustentável, tão em voga nos nossos dias) e um governo com cerca de 44% de participação feminina. Muito à frente, portanto. Aliás, nota-se. Independentemente da Noruega ser conhecida pela produção de roupa desportiva e confortável, a forma como as norueguesas se vestem denota a despreocupação de quem não tem que se afirmar pela imagem. Ao contrário do nosso país e de tantos outros, onde as mulheres vestem e, principalmente, calçam coisas que não lembram ao diabo (nunca ninguém vai conseguir convencer-me que os saltos não fazem mal à coluna!). Atenção, não estou a falar de países como a Itália ou o Brasil (Rio de Janeiro), onde a obsessão com a imagem é comum a homens e mulheres. Estou a falar de afirmação feminina pela imagem. Ou exclusivamente pela imagem…
Comentários feministas à parte, fazer um cruzeiro nos fiordes da Noruega é qualquer coisa de… Porquê? Porque a paisagem dos fiordes é deslumbrante (já cá faltava!). Quando finalmente passa a ansiedade de fotografar tudo a toda a hora (não é fácil, confesso…), parar umas horas a ler um livro com vista para uma paisagem que vai alternando entre montanhas, em tons de verde e castanho ou então branco neve, ilhas de todos os tamanhos e feitios, casas isoladas ou em pequenos aglomerados, com cores para todos os gostos… e já me perdi no que estava a dizer. Mas como uma imagem vale mais do que mil palavras…

PS: Acabo de me aperceber que se uma imagem vale mais do que mil palavras, então a afirmação feminina pela imagem é capaz de ter razão de ser. Argumento, contra-argumento, argumento, contra-argumento, o que seria de mim se não discutisse comigo própria? :-)


Segundo pôr-do-sol a bordo, onze e muito da noite

Margens do rio Nidelva em Trondheim

Catedral de Nidaros

Casas à beira dos fiordes

Ilhas para todos os gostos

Montanhas e mais montanhas

E paz, muita paz…

2 comentários:

  1. Depois de uma estadia em Madrid – a artilhar a casa com 2 espanholas de gema, uma portuga convertida e uma panóplia tal de produtos de beleza que me fez ponderar se não sofrerei daquele sindroma, de que padecem alguns homens que conheço, vulgarmente traduzido numa enorme dificuldade em perceber afinal com o que é que se lava o cabelo – este teu post é uma reconfortante lufada de ar fresco, quase tão pura como a paisagem norueguesa… Ai, e haverá lá coisa melhor que discutirmos connosco próprias?! ;)

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  2. Essa coisa de saltos altos faz a perna elegante sim senhor, faz mal à espinha dorsal e tem efeitos na afirmação da mulher. É mesmo triste dizer isto quando há dias em que nem obrigado apetece. Digo mais saltos à parte, denota-se este sentimento mesmo a conduzir... há aqueles dias em há sempre passagem e outros em que nem pedindo por favor a coisa flui.
    Estou-me a lembrar da minha tentativa matinal de entrar na rua da escola politécnica, depende do carro, da maquilhagem e se o dia for mesmo complicado até da Lua. Mas digo mais caras feministas, a distinção é feita por todos, homens e mulheres.

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