15 maio 2014

Visita a um petroleiro

À conta dum colega do MBA, que já na altura era comandante da marinha mercante, dei por mim um dia destes a visitar um petroleiro. Ele já me tinha dito que ia atracar em Setúbal, com um petroleiro de média dimensão (são só 50.000 toneladas...), da empresa dinamarquesa onde está a trabalhar agora. Mas nunca imaginei que o convite para jantar a bordo me proporcionasse uma experiência tão interessante.
Não apenas pelo jantar com os oito oficiais de duas tripulações (a que trouxe o navio e estava de partida e a que vai levar o navio e estava de chegada), quase todos dinamarqueses e verdadeiros homens do mar, ou seja, não muito dados à conversa (houve momentos em que pensei que mais valia comer em silêncio também...); mas também, e principalmente, pela visita guiada ao petroleiro.
Vi tudo o que havia para ver, desde a sala de navegação lá em cima à sala das máquinas lá em baixo. Os instrumentos e mapas de navegação. As cabinas e as salas de convívio dos oficiais e restante tripulação (separadas). A cozinha e as salas de refeições dos oficiais e restante tripulação (separadas). As despensas e salas frigoríficas. A sala onde se guardam álcool e tabaco enquanto o navio está atracado em portos de países muçulmanos, selada à chegada. A sala onde estão guardados os capacetes e coletes à prova de bala (mas não as armas) dos "seguranças" que embarcam no navio em zonas de pirataria. As máquinas, mais que muitas e com muitas instruções. E, claro, os espaços exteriores, desde os tanques onde se guarda o petróleo, ao convés superior onde antigamente os macacos davam o alerta quando avistavam terra...



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