21 maio 2012

Bilbao, País Basco (II)

Ao contrário do que se possa pensar, Bilbao é muito mais do que o Guggenheim e a zona da arquitectura moderna. É também toda a zona histórica, com referências desde a Idade Média aos tempos do franquismo. As sete ruas do centro histórico, que não levam mais de dez minutos a percorrer de cima a baixo (ok, com sol talvez um pouco mais...), davam guarida a cerca de 50 mil habitantes na Idade Média. E a praça onde algumas destas ruas desembocam, a Plaza Nueva, tem uma entrada com escadaria que resultou de um bombardeamento durante o cerco franquista à cidade, em 1937.
É a esta praça que os habitantes da cidade se dirigem ao fim da tarde, para o maravilhoso hábito espanhol de tapear. Mesmo debaixo de chuva torrencial, tornou-se difícil chegar fosse a que balcão fosse para pedir uns pintxos e umas cañas. E o barulho? Imaginem dezenas, se não mesmo centenas, de espanhóis (bascos, mas ainda assim espanhóis!) a falar ao mesmo tempo! Inesquecível...
Tenho que confessar que Bilbao me deixou com vontade de voltar, nem que seja para ver a cidade com luz do sol. Aliás, o próprio País Basco merece mais. San Sebastián, Vitoria e todas as pequenas cidades e aldeias (entre as quais a famosa Guernica, mesmo que por maus motivos...) que fazem desta região uma região especial, que sempre se distinguiu e fez questão de distinguir de Espanha.
De facto, há qualquer coisa na resistência basca que (me) atrai. Não a resistência armada da ETA, nada disso. Mas sim a resistência de uma língua que remonta à pré-história, de uma "raça" cuja origem é ainda hoje um mistério por resolver...


A Plaza Nueva, tranquila durante o dia

O centro histórico, ruas estreitas para lá dos edifícios

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