24 setembro 2009

Livros às dúzias

"O mundo é um livro e quem não viaja só lê uma página" ou "o mundo é um livro e quem fica sentado em casa lê somente uma página". Encontrei estas duas versões de uma frase de Santo Agostinho. E, como não podia deixar de ser, adorei. Mas continuando numa de metáforas, é possível viajar sentado em casa. É preciso é ler o livro todo... :-)

Isto tudo para falar de livros. Dos livros que li ultimamente. Da última dúzia, para ser mais precisa. E se a memória não me falhar.

A Trilogia do Cairo, do Prémio Nobel egípcio Naguib Mahfouz, composta por 3 volumes: “Entre os Dois Palácios”, “O Palácio do Desejo” e “O Açucareiro”. Vale a pena. Nomeadamente, vale a pena não desistir à vista de alguns excertos mais maçudos no primeiro volume, até entrar de tal forma na história da família Ahmad Abdel el-Gawwad que nos fica a faltar qualquer coisa quando acabamos o terceiro e último volume. A história do Egipto, no período entre as duas guerras mundiais, é mais difícil de acompanhar, mas dá para ficar com umas noções. Muito bom, daqueles livros que ficam na memória.

"Venenos de Deus, Remédios do Diabo", Mia Couto, o abensonhado Mia Couto (suspiro). A já famosa magia com as palavras (tresandarilhos em lugar de loucos...). E um retrato de Moçambique num imaginário particularmente criativo a nível de personagens. Suacelência, a figura política atormentada pelo suor, e a sua Esposinha, são personagens dignas de registo!

"O Quase Fim do Mundo", Pepetela. Se a minha imparcialidade quando se fala de autores africanos é suspeita, imaginem quando esses autores são sociólogos! A história de um punhado de homens e mulheres (e um cão!) que sobrevivem ao fim do mundo algures em África devora-se, com muitas gargalhadas, em poucos dias. Só o final é que deixa um pouco a desejar, fica-se com a sensação que o autor não sabia como acabar...

"Comer, Orar, Amar", Elizabeth Gilbert, EUA. Um pouco de "escrita light", para variar: a (suposta) viagem da autora por Itália (onde come), Índia (onde ora) e Indonésia (onde ama). Um livro para fazer rir qualquer um. E para fazer pensar quem esteja nalguma encruzilhada da vida. Por mim falo, que ainda ando a pensar na letra pela qual vai começar a minha trilogia de países. Aceitam-se sugestões!!!

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