24 junho 2007

Ilha de Gozo

Sem começar pela viagem e pelo (já habitual) atraso da TAP, que levou à perda do avião de ligação em Milão (e, claro, à perda das malas), avanço já para o paraíso que é a ilha de Gozo. Não é difícil chegar lá. Basta alugar um carro no aeroporto, percorrer a ilha de Malta de sul a norte e embarcar num ferry que faz o percurso em cerca de meia hora. Convém não esquecer que, dada a recente presença inglesa, a condução se faz pela esquerda. Tenho que confessar que tinha saudades de conduzir pela esquerda em estradas esburacadas…
Gozo é uma ilha pequena, com uma capital também ela pequena. Victoria tem uma cidadela digna de registo e, ali para os lados da Basílica de São Jorge, um restaurante siciliano cuja simpatia do dono e frescura do pátio merecem referência. Sem querer parecer redutora, as outras cidades de Gozo parecem feitas à medida da capital, tendo eu chegado ao ponto de achar que estava em Victoria quando passava pela praça principal de qualquer outra cidade! Excepção feita a Xlendi, cidade balnear que no contexto de Gozo é movimentadíssima, mas que lembra algumas cidades algarvias há uns anos atrás…
Vestígios de outros povos também há em Gozo. Que o diga a população, que em 1551 foi levada em massa pelos turcos para a escravatura. Mas antes disso, pensa-se que entre 3600 e 3000 A.C., antes das Pirâmides de Gizé e antes de Stonehenge, vale a pena ir ver os Templos de Ggantija. Ggantija significa “gigante”, sendo estes os maiores templos megalíticos das ilhas de Malta (as paredes chegam aos seis metros de altura!). Ainda não se sabe muito sobre estes templos, mas que são impressionantes são!
Outras atracções são a Baía de Ramla, uma das poucas praias de areia que há na ilha, perto da gruta onde o Ulisses esteve “preso” pela ninfa Calypso durante sete anos. Diz-se, porque parece que há mais cinco ilhas a reivindicarem o título de Ilha de Calypso… A Janela de Azure também vale a pena, uma formação rochosa imponente numa zona de mergulho por excelência. Aliás, Malta, Gozo em particular, é um dos paraísos do mergulho na Europa.
Última referência, à zona onde fiquei alojada, num hotel que é o supra-sumo do sossego: Ta’Cenc. Ao pé de umas ravinas altíssimas, habitat do falcão maltês, actualmente em extinção, o hotel é uma estrutura perfeitamente enquadrada na paisagem, com espaço suficiente para que não se dê pelos ingleses e italianos que por lá andam. Isto a juntar à praia a dois quilómetros, de rocha e com uma água do mais transparente que eu tenho visto. Não fosse a invasão de alforrecas no último dia e a coisa tinha sido perfeita… Para quem vá em família ou em grupo, Gozo tem um sem número de “farmhouses” para alugar, uma alternativa bastante mais em conta.
Não cheguei a ir a Comino, a terceira e mais pequena ilha. O nome vem da quantidade de cominhos que por lá se encontram, embora tal não seja razão suficiente para a habitabilidade. Para além de meia dúzia de habitantes, a ilha tem um hotel que só abre no Verão e que é exclusivamente ocupado por adeptos do mergulho, em romaria à famosa lagoa azul que em baixo se vê (as maravilhas que uma tele-objectiva faz!).


Lagoa azul, ilha de Comino

Praia do hotel de Ta'Cenc

Vista da praia do hotel de Ta'Cenc

Ravinas de Ta'Cenc

Janela de Azure

Vista da Gruta de Calypso sobre a Baía de Ramla

Templos de Ggantija

Xlendi, de vila de pescadores a cidade balnear

Victoria, com a cidadela ao centro

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