15 abril 2009

Ilha de São Miguel, furnas e brumas

A maior ilha do arquipélago, São Miguel, é mais furnas e brumas. Ok, brumas no meu caso, que não vi mais do que os locais das várias lagoas: “aqui é a Lagoa das Furnas, ali é a Lagoa do Fogo, aqui é a Lagoa das Sete Cidades, de um lado é azul, do outro lado é verde, etc e tal”. Lagoas mesmo, nem vê-las! Foi azar, porque tanto no dia anterior como no dia seguinte o sol brilhou...
Mas se há coisa pela qual São Miguel vale a pena é pela beleza natural. E pela diversidade dessa beleza natural. Enquanto a Terceira se vê bem num dia, São Miguel precisa de mais. Por Ponta Delgada, que à conta de não ser nada de especial "fica para a próxima". Pelo famoso Nordeste, que precisa de tempo para lá chegar. E por todos os miradouros com vista para montes e vales com vaquinhas a pastar em equilíbrio. Agora percebo porque é que há quem diga que as vaquinhas açoreanas têm ímanes nas patas...
Do que não ficou por ver, a vontade é de repetir. Porque a Lagoa das Furnas pode ter fama de fantasmagórica, mas há-de ter mais do que brumas e cheiro a enxofre (acho que andei a cheirar a enxofre durante uma semana!). Aliás, toda aquela terra a borbulhar faz alguma confusão. Mais ainda na povoação, porque tudo aquilo acontece debaixo das casas das pessoas... Continuando, porque a serra a caminho da Lagoa do Fogo, Serra de Água de Pau, é qualquer coisa de espectacular. Pelo menos a parte que vi, antes de chegar às brumas e rajadas de vento da Lagoa do Fogo, que assustaram até o meu anfitrião, a certa altura convencido que não nos fazia chegar sãos e salvos ao outro lado... Mas continuando, porque a Lagoa das Sete Cidades deve ser absolutamente estonteante, quando se consegue ver acima das brumas, sensivelmente um metro acima do nível da água. Nem que seja para perceber qual é a azul e qual é a verde. Para poder imaginar as lágrimas dos amantes de olhos azuis um e olhos verdes o outro, num Romeu e Julieta em versão açoreana...
Por último, e para evitar esquecimentos, não comi o famoso cozido das furnas. Parece que, para além de cheirar a enxofre, também sabe a enxofre. Argh! Mas voltei fã do bolo lêvedo (quentinho, com manteiguinha açoreana, nham nham!), das queijadas de Vila Franca do Campo, do ananás docinho docinho, e como não podia deixar de ser, dos licores. Agora há um antes e um depois do licor de leite... ;-)

PS: Por falar em esquecimentos, estava a faltar-me o ponto a não perder que é a plantação de chá da Gorreana. Faz uma paisagem lindíssima! E vale a pena visitar a fábrica, artesanal até mais não. Apesar do susto que lá apanhei... Criançada a brincar no monta-cargas, para cima e para baixo, que inconsciência, pensei eu, ainda se magoam. Meu dito, meu feito! Gritos de arrepiar, um dos miúdos com um braço entalado, o que é que eu faço?, branca como a cal, não há ninguém nesta fábrica? Depois de uns minutos que pareceram horas, lá apareceu alguém, o miúdo saiu em braços a caminho do hospital. Durante os tais minutos que pareceram horas perguntei-lhe o nome: António. Mais tarde soube que o António ficou bem, nem chegou a partir o braço, foi mais o susto. O dele e o meu...

1 comentário:

  1. As Fotos? penso que ajudava a visualizar a plantação de chá. Uma falha imperdoável. Continua com a excelente escrita.

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