20 janeiro 2007

Antes do Brasil, Espanha (I)

Noite de fim de ano, não há pachorra para festas com champanhe e passas à mistura, mas se meter uma viagem pelo meio, seja de carro pelo país de nuestros hermanos ou de avião para os nossos antípodas (suspiro…), aí vou eu, sem problemas em passar a noite de fim de ano no meio da maior confusão na Porta do Sol em Madrid. Mas comecemos por Cuenca…
Cuenca, Património da Humanidade desde 1996, fica a cerca de duas horas de Madrid e é conhecida pelas “casas colgadas”, autênticos arranha-céus da idade média. Arranha-céus da idade média? Pois, é que foram construídos em ravinas e, se de um lado têm três andares, do outro têm dez ou mais. Com a particularidade de que cada prédio, estreitinho, é uma casa, com as divisões em vários andares, os que vão para cima e os que vão para baixo. Fazem uma paisagem fora do vulgar numa cidade muito simpática onde os três graus negativos não foram suficientes para deixar uma má memória. Aliás, a memória, influenciada por esse traidor sentido que é o paladar, é mais que boa: queijo manchego, pão com azeite e tomate, revueltos de setas, ajoarriero (uma pasta de bacalhau deliciosa), morteruelo (uma pasta de caça deliciosa), para referir apenas alguns petiscos. Os dois últimos são típicos da zona, não deixem de provar. Tudo isto acompanhado por umas cañas e por um equatoriano que insistia que moças tão “jóvenes y guapas” não podiam deixar de ir para a “movida” de Cuenca!!!
Para além do circuito turístico, duas dicas: para dormir, a Posada de Huécar, na base da ravina e perto de um parque de estacionamento (não tentem ir para o centro histórico de carro…), com uma boa relação qualidade/preço e muita simpatia à mistura; para visitar, a Fundación Antonio Pérez, uma surpresa de arte contemporânea num antigo convento de carmelitas descalças, a não perder.


As "casas colgadas" vistas de frente

As "casas colgadas" vistas de trás

E vista de Cuenca

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