A segunda etapa na minha viagem à Costa Rica foi a pequena cidade de Monteverde, situada no topo da chamada floresta nebulosa. Como o próprio nome indica, as nuvens são uma constante. E o ambiente, místico. Tenho que confessar que foi a minha etapa favorita. E não apenas por ser o paraíso dos observadores de aves por excelência...
Também pela aventura para lá chegar, por uma estrada de pedras com ravinas de ambos os lados, já noite escura (bem que nos avisaram, nunca conduzir de noite!). E pela adrenalina do famoso canopy, 13 cabos dos quais o maior com 1 quilómetro de comprimento; e muitas dores nos braços, até perceber que mais valia descontrair e deixar-me ir (para isto foi preciso passar pela vergonha de parar a meio de um dos cabos e ter que ser rebocada, que é o que acontece a quem trava, consciente ou inconscientemente...).
E sim, pelos jardins de colibris, uma profusão de cores e movimento sem igual (não há máquina fotográfica com velocidade que aguente!). E pela caminhada de observação de aves, com guias de óculo e tripé, em busca do Quetzal Resplandecente, o mítico pássaro dos Maias (parece que ainda ouço um dos guias, "que maravilla, que maravilla"...).
E ainda pelo Orchid Coffee Shop, um pequeno restaurante na cidade a não perder, com um dos melhores cafés que já bebi na vida (o Treehouse Restaurant também vale a visita). E pelo casal de entomologistas americanos que tivemos por vizinhos no nosso hotel, os responsáveis pela exposição de insectos "Jóias da Floresta Nebulosa", a 3ª maior colecção privada do mundo, com milhares de insectos de todas as cores e feitios.
Last but not least, pela descoberta de que a cidade foi fundada por quakers americanos depois da 2ª Guerra Mundial. Famílias inteiras fugidas à obrigação de os homens se alistarem no exército, atraídas por um país que tinha acabado de abolir o mesmo. Ficou por ver a fábrica de queijo quaker, uma das principais atracções da zona. E tenho mesmo que voltar para o fazer, porque me dei conta que nunca comi queijo quaker na vida. Falha grave...
