De como as aves de rapina enchem os céus da Índia
Já não me lembro se as vi em Mumbai e Nova Deli, cidades movimentadas que nos deixam pouco tempo para olhar para o céu. Mas vi-as na Elephanta Island! E em Jaipur!! E, sobretudo, em Agra, em pleno Taj Mahal!!! Aves de rapina para todos os gostos, desde os nobres falcões e águias, aos malfadados abutres...
Isto dito por uma entendida no assunto, claro está! É que esta que vos escreve sabe identificar aves de rapina, já fez um workshop sobre o assunto!!! Começa-se por avaliar a dimensão, o que nem sempre é fácil, por falta de ponto de comparação no imenso céu. Depois passa-se para a estrutura geral e proporções, avaliando o número de "dedos" (penas que demarcam as pontas das asas) e o tamanho da cabeça em relação ao corpo, por exemplo. Seguem-se a posição das asas e o tipo de vôo, elementos que já podem ajudar a identificar um peneireiro, que tem a capacidade de voar (ou bater as asas) sem sair do mesmo sítio, naquilo que se chama peneirar. Outros elementos, como a plumagem, as vocalizações e o comportamento, também contam na identificação de aves de rapina, mas não foi isso que vos trouxe aqui!
Voltando à Índia, sei que vi abutres e muito provavelmente falcões. E confesso que nunca tinha visto tanta ave de rapina em ambiente urbano. Fiquei a pensar se tal não seria resultado do muito lixo que se encontra nas cidades indianas, que há-de dar origem a muitos pequenos (e apetecíveis!) roedores...
Este não tem asas de falcão. Será uma águia?
Com aqueles dedos, aposto num abutre!
Confirma-se...
Um, dois, e por aí fora...