15 abril 2010

Regresso ao futuro em Macau

Quem diria que eu ia gostar tanto de voltar a um sítio que há cerca de 18 anos deixei para trás das costas? Quem diria que ia gostar tanto de (re)descobrir raízes (se assim se lhes pode chamar) ligadas a um país que hoje está tão na berra? Quem diria que, em vez de um regresso ao passado, uma ida a Macau pudesse representar um regresso ao futuro?
18 anos é muito tempo e Macau está muito diferente. Tinha 16 km² quando lá vivi, agora tem 28 km². O caminho que eu fazia para casa era à beira-rio, agora é à beira-lago. O liceu onde andei destacava-se num descampado, agora é difícil de encontrar no meio de tantos prédios. Mas se no lugar da Esplanada (as primeiras cervejinhas...) está agora o Banco da China (um dos maiores edifícios, até terem surgido outros ainda maiores!), o ícone de nome McDonald’s ainda está no mesmo sítio. Agora há muitos outros, mas o original, aquele onde a malta passava horas perdidas, ainda lá está!
Mas se Macau está muito diferente, que dizer das ilhas da Taipa e Coloane, antigos pulmões da cidade? Coloane ainda tem verde, mas a Taipa é só prédios! Aliás, já não há Taipa e Coloane, duas ilhas. O istmo que havia entre as duas foi substituído por um aterro de nome COTAI, CO de Coloane e TAI de Taipa. Se os meus conhecimentos de cantonense não me falham, TAICO (com pronúncia tai kó) tinha sido mais indicado, dado que significa maior. Até isso foi giro, descobrir que ainda me lembro de tantas coisas em cantonense. Embora o futuro seja o mandarim...
E hoje fico-me pelo post emocional, de quem regressou a um sítio onde foi feliz. O post racional, da turista que se encanta com tudo o que é novo, fica para a próxima. :-)